COMPANHEIROS MUDOS
Companheiros Mudos
Às vezes a gente fica tão calado, como quem já disse tudo.
E o sol se põe e a lua vem, e a gente assim deitado, calado.
E a gente sente uma sensação esquisita, um não sei quê que só parece dúvidas...
A gente ouve o mar batendo nas pedras...
Mas falta algo, a gente já não consegue se falar.
E as palavras não soam mais como antigamente.
E a gente sente que já foi "um" e voltou a ser "dois".
Dois, lado a lado deitados, calados...
A gente não tem mais tempo, ou já tivemos todo o tempo?
Às vezes a gente fica tão calado como quem já disse tudo.
Sente que a lua vai e o sol vem e o mar acalma e enfurece.
E a gente deitado e calado já não consegue mais falar, nem se amar...
Eliete Ramos Pereira
Junho/84
Às vezes a gente fica tão calado, como quem já disse tudo.
E o sol se põe e a lua vem, e a gente assim deitado, calado.
E a gente sente uma sensação esquisita, um não sei quê que só parece dúvidas...
A gente ouve o mar batendo nas pedras...
Mas falta algo, a gente já não consegue se falar.
E as palavras não soam mais como antigamente.
E a gente sente que já foi "um" e voltou a ser "dois".
Dois, lado a lado deitados, calados...
A gente não tem mais tempo, ou já tivemos todo o tempo?
Às vezes a gente fica tão calado como quem já disse tudo.
Sente que a lua vai e o sol vem e o mar acalma e enfurece.
E a gente deitado e calado já não consegue mais falar, nem se amar...
Eliete Ramos Pereira
Junho/84