Ditos Escritos

A palavra escrita é a mais pura expressão do pensamento, ou melhor, de um sentimento... Escrever é mostrar-se, expor-se, colocar-se, marcar sua passagem pela vida... Este espaço é para quem, como eu, gosta de ler... e de escrever...

Saturday, October 28, 2006

AMAR, AMAR, AMAR...

Amar, Amar, Amar...

O que me tirou o viço, o brilho, foi não estar amando.

Prefiro viver a ansiedade que é amar sem ser correspondido à pasmaceira que é a vida sem este nobre sentimento no coração.

Amar é fundamental.

A sensação de não amar nada, nem ninguém, é a pior prisão a que se submete o homem. Quem não ama, não vive!

Eu tenho de estar amando.

Eu tenho de estar apaixonada, sem isso minha vida perde o sentido.

Acho que é por isso que amo você. Porque você me apareceu assim, tão de repente, ocupou um lugar que estava vazio e triste pela desilusão.

E eu me senti eu de novo, e eu me senti viva.

Como é difícil conciliar esta vida! Como sofrem os sonhadores, as pessoas que amam demais, que colocam seu amor à frente de tudo, que perdem a razão, como eu...

Não sei o que é pior, se viver na prisão dos que não amam ou viver presa a este meu estranho amor, que levou e leva sempre um pouco da minha alegria...


Eliete Ramos Pereira
Março/1988

Sunday, October 22, 2006

VIDA DE ESCRITOR

Vida de Escritor

Frequentemente nos assustamos com nós mesmos. Nós, os escritores.

Criamos mundos e fantasias, e pessoas, e situações. Mas sempre sonhamos muito, sonhamos demais.

De repente nos sentimos perdidos dentro de nossos próprios sonhos.

E quando caímos na realidade?! Que triste é nos sentirmos de volta à Terra...

Nós, os escritores, não fazemos parte deste tempo, nem deste mundo...

Vivemos longe, por vezes até alheios.

E nunca, por mais que nos esforcemos para tal, perdemos a capacidade de sonhar.

O sonho é nosso forte, a imaginação.

E com pesar percebemos que nem tudo é feito assim, com sonho, com amor...

Sentimo-nos seguros e senhores absolutos das vidas que criamos. Mas sentimo-nos completamente perdidos perante a nossa própria realidde.

E sabemos que não sobreviveremos, talvez nem mesmo nossas obras. Mas a criamos sempre com mais e mais amor.

O mundo nos parece por vezes estranho e distante. E nós, muitas vezes ( e isto quase sempre acontece quando mais necessitamos) sentimos como se nos tivessem puxado o tapete por sob os pés.

E não conseguimos encontrar alguém que nos ampare, embora a gente sempre crie alguém para amparar as nossas personagens.

Acho que estranhos somos nós, os escritores, não o mundo...


Eliete Ramos Pereira
Outubro/ 1984

Sunday, October 15, 2006

MENINO, QUE TE QUERO HOMEM



Menino, que te quero homem


Coração de mãe assemelha-se a uma alcova, uma caverna que quando se consegue nela entrar, encontra-se paz e segurança. Amor, aconchego e proteção.

A gente se sente como se nada nos pudesse tocar, ou machucar.

Assim sinto meu coração, como uma caverna no meio de um lugar hostil, abrigando você...

Minha caverna é ampla e quer te ver sair para o dia mais claro de amanhã. Quer te ver sorrir um sorriso puro, quer apenas guardar teu sono e te proteger sempre que você precisar ser protegido. Apesar disso, não quero te super-proteger e nem te amamentar até os cinquenta anos...

Quero te ver seguir, seguir com passos firmes, teus próprios passos, dados com tuas próprias pernas. E eu te acompanho, paralelamente te vendo crescer, te vendo andar firme em terreno não menos firme, mas quero que sempre tenhas a certeza de que eu (mais que tua mãe, tua amiga) estarei do teu lado, pronta a te segurar, se necessário for.

Quero que o mundo te seja sempre um livro aberto e simples de ser assimilado; mas sofro antecipadamente, sabendo que não poderei calçar seus sapatos quando eles estiverem demasiado apertados para os teus pés...

Tens dois anos, és uma criança linda e, creio, feliz. Quero te ver homem, com a mesma felicidade que tens agora, com o mesmo brilho no olhar, mas te quero um homem digno, bom, humano e muito capaz de amar, de respeitar, de compadecer-se dos outros.

Quero te ver crescer com a liberdade que o teu ser te permitir.

Quero te amar sempre, te guardar sempre no meu ser, sem contudo, interromper teus passos...

Eliete Ramos Pereira
1983


Saturday, October 07, 2006

FOR ELTON



For Elton


Here I am. Here I am.
Here I am again.
Me and me.
Me and your music, your sensibility.
Me and you.
I'm still here.
I'm still alive.
Me and your wonderful music, me and your songs, your piano, your voice...
Here I am.
I'm still standing.
Me and the most beautiful music of the world, your music, my chance of life.
Thank you for being alive.
Thank you for your music.
Thank you for your company.
Thank you for being who you are.
Thank you, my dear, thank you!


Eliete Ramos
1999, april